Programa Tutoria Especial auxilia estudantes a superarem dificuldades impostas pelo ensino remoto

10 de maio de 2021

Desde 2020, em virtude da pandemia do novo Coronavírus, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) tem adotado a modalidade de ensino remoto. Para isso, foi preciso se reinventar e procurar alternativas para auxiliar no aprendizado dos estudantes. Com o distanciamento social, alunos e professores tiveram que se adaptar a essa nova realidade, recorrendo ao formato on-line que requer outra metodologia de formação para os graduandos.
E para os estudantes com deficiência esse cenário não tem sido diferente. Um exemplo disso é o caso da estudante do 6º período do curso de Licenciatura em Geografia, Thays Domingos, deficiente visual, que contou um pouco de como tem sido sua experiência com as aulas remotas. “Tenho sentido muita dificuldade, principalmente pelo fato dos professores estarem passando muitas leituras, até mais do que presencialmente. É cansativo”, afirmou.
Já para o estudante do Curso de Licenciatura em História, no Câmpus III, em Guarabira, José Erinaldo Oliveira, deficiente auditivo, o formato on-line tem contribuído de forma positiva. “Eu tô gostando, porque tenho conseguido assimilar com mais facilidade os conteúdos, pois, como sou deficiente auditivo, e estarmos passando por esse momento de pandemia, se fosse presencialmente, o uso da máscara dificultaria muito na hora da compreensão”, contou.
José ainda fala que na hora das aulas, uma das maiores dificuldades que encontra está relacionada aos áudios dos colegas. “A maior dificuldade que eu encontro é em relação aos áudios dos colegas, que às vezes estão com volume baixo, e é chato ficar pedindo para eles aumentarem, mas os professores têm me ajudado”, acrescentou.
Os estudantes da UEPB com deficiência podem contar com o auxílio do Programa Tutoria Especial, ofertado a cada semestre pela Pró-Reitoria Estudantil (PROEST), através de edital de seleção. O programa visa ajudar alunos com algum tipo de deficiência de forma que possam ter condições de acompanhar todo o processo de formação. A psicóloga da PROEST, Luiza Porcaro, uma das responsáveis pelo acompanhamento do programa, conta que o papel da Pró-Reitoria vai muito além do programa da tutoria. A intenção é fazer uma ponte entre tutores e tutorandos, além de professores e colegas dos estudantes com deficiência para que eles sempre sejam assistidos.
“Eu, enquanto psicóloga, tenho tentado acompanhar o rendimento dos alunos pelo controle acadêmico, e quando percebo que há uma queda, entro em contato para saber o que está acontecendo. Além disso, converso com professores e colegas dos estudantes que fazem parte do Programa Tutoria Especial. Tudo isso tem sido feito de forma on-line”, disse ela.
O programa de tutoria segue acompanhando 11 estudantes com algum tipo de deficiência na Universidade, seja ela visual, auditiva ou cognitiva, entre o Câmpus de Campina Grande e os demais câmpus da UEPB.
Texto: Aryanne Felícia (Estagiária)
Foto: Arquivo pessoal