Núcleo de Biossegurança em Saúde promove ação de prevenção auditiva com profissionais de Odontologia

11 de julho de 2019

A exposição em ambientes com ruídos constantes é uma das principais causas do surgimento de problemas de perda da audição em diversas profissões. E para alertar sobre esses riscos, bem como orientar e promover um atendimento pessoal, o Núcleo Universitário de Biossegurança em Saúde (NUBS) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), realizou, na manhã desta quinta-feira (11), no Departamento de Odontologia da Instituição, uma palestra sobre perda auditiva induzida pelo risco ocupacional em cirurgiões dentistas. Os participantes também se submeteram a testes de audiometria como forma de verificação da saúde do ouvido.

A palestra foi ministrada pelas professoras Janaína Benício Marques e Lúcia Helena Marques de Almeida Lima, que abordaram os cuidados que os profissionais dentistas precisam ter em relação à exposição corrida aos ruídos provenientes dos equipamentos utilizados nos consultórios, bem como os cuidados com a audição, os sintomas mais comuns que podem acarretar perda auditiva, além da prevenção necessária para o desenvolvimento saudável das atividades profissionais. Janaína Benício, que é fonoaudióloga e especialista em audiologia, salientou a relevância do uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs) como instrumentos importantes na prevenção da saúde.

“O profissional dentista é exposto constantemente a ruídos que podem provocar problemas auditivos. Há estudos que indicam que ele tem a mesma exposição que um operário de construção civil, por exemplo. Mas esse operário usa os EPIs, são fiscalizados, enquanto o dentista não. E essa exposição implica diretamente na questão da saúde. Por isso é normal que esses profissionais, sendo expostos a barulhos constantes, sintam os principais sintomas que são o surgimento de um zumbido no ouvido ou a dificuldade de compreensão na fala, e até mesmo a falta de percepção dos sons ambientais”, explicou Janaína.

Ao longo da palestra foram abordados assuntos relacionados à conscientização de estudantes e profissionais sobre a prevenção da perda auditiva na Odontologia, a atenção ao surgimento dos sintomas, o monitoramento do paciente caso ele apresente um quadro elevado de dificuldade de ouvir, além da orientação especializada para o tratamento. “A perda auditiva pode ser causada pelo processo de envelhecimento, doenças, acidentes, como também por atividades laborais. Por isso nós alertamos esses profissionais dentistas sobre a necessidade de atentar sobre a localização de aparelhos que emitem ruídos constantes, o isolamento acústico de determinadas áreas e, acima de tudo, a conscientização do uso de protetores auriculares que são fundamentais nesses casos”, disse a docente.

A professora do Departamento de Odontologia, Criseuda Maria Benício Barros, que também é coordenadora do Núcleo Universitário de Biossegurança em Saúde da UEPB, destacou a importância de uma discussão como essa, além da oportunidade desses profissionais se submeterem a avaliações clínicas para que seja verificado se há existência de problemas de perda de audição devido ao exercício da profissão de dentista. “São questões importantes para que esses profissionais avaliarem, já que a saúde é algo fundamental na vida do trabalhador”, afirmou Criseuda.

Após a palestra, todos os participantes se dirigiram ao NUBS para se submeterem à audiometria. Esse exame tem como objetivo principal a avaliação audiológica para determinar a integridade do sistema auditivo, além de identificar tipo, grau e configuração da perda auditiva em cada orelha, caso o paciente apresente esse quadro. Gilmana Carneiro foi uma das primeiras a se submeter a essa avaliação e valorizou a oportunidade de realizar o exame.

“Na Universidade, quando falamos em EPIs, prestamos atenção mais na proteção usando luvas e óculos. Não temos o hábito de usar os protetores auriculares. Mas após uma palestra como essa, que mostrou a necessidade deles e os riscos à saúde que o não uso acarreta, percebemos que é fundamental que eles façam parte do nosso trabalho. Muitas vezes não usamos porque temos dificuldade em ouvir o paciente na hora do atendimento, mas é uma realidade que temos de nos adaptar. Além disso, tivemos a chance de fazer um teste de audiometria que, para mim, foi muito importante para verificar como está a saúde do meu ouvido. Eu nunca havia feito esse teste antes e, a partir de agora, pretendo ficar mais atenta caso apareça algum sintoma”, afirmou Gilmana.

Texto e fotos: Givaldo Cavalcanti