3° Encontro de Sanfoneiros e Tocadores de Fole de Oito Baixos é realizado no Câmpus de Lagoa Seca

4 de outubro de 2019

Aconteceu na tarde da última quinta-feira (3), em Lagoa Seca, mais uma iniciativa referente ao Encontro de Sanfoneiros e Tocadores de Fole de Oito Baixos, realizado pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), através da Pró-Reitoria de Cultura (Procult). O evento compôs a programação que encerrou o 2º Congresso Paraibano de Agroecologia, ocorrido no Centro de Ciências Ambientais e Agrárias (CCAA), Câmpus II da Instituição, contando com o envolvimento maciço da comunidade acadêmica.

As exibições culturais ficaram a cargo de Caio César, Luizinho Calixto, João Calixto, Erivan Ferreira, Lino Sapo, Alfrânio Gomes de Brito, Vanuza Vieira e Jota Lima. Entre os inscritos, pode-se destacar a participação de Ivan Martins, oriundo de Sapé, e de Dona da Guia e Seu Antônio, provenientes do Sítio Campinote.

Presentes à oportunidade estavam o pró-reitor de Cultura da UEPB, José Cristóvão de Andrade; o coordenador do Congresso Paraibano de Agroecologia e diretor do CCAA, José Félix Neto; e a coordenadora do Núcleo de Extensão Rural Agroecológica (Nera), Shyrleide Santos; entre outros.

Andrade apontou a relevância da Agroecologia, tendo em vista a preservação do meio ambiente, a consideração à terra e atenção ao pequeno produtor rural. “Essa atividade é totalmente afim ao Encontro, posto que fala, em especial, de respeito. A Agroecologia aprende com as engrenagens da natureza, reflete e age pela coletividade, não almeja a agricultura ostensiva, cega, violenta. O nosso Encontro valoriza quem está na estrada defendendo a Cultura Popular, evidencia o trabalho do artista que, na maioria das vezes, é pouco lembrado”, acrescentou. Concordando com o pró-reitor, José Félix Neto externou alegria ao dizer que o Congresso teve sua programação realçada pelos sanfoneiros.

Integrante do evento desde a primeira edição, o casal Antônio Farias da Costa, sanfoneiro, e Maria da Guia Jacinto da Costa, pandeirista, enfatizou o contentamento por estar mais uma vez na Universidade. Juntos há 58 anos, eles, que têm como principal lazer se reunir com os vizinhos, para os quais se apresentam em casa, aos domingos, veem no Encontro outro ensejo para a diversão.

Seu Antônio explanou que não teve tempo para se dedicar a aprender o instrumento. Segundo ele, primeiro, muito cedo precisou buscar algo mais importante e urgente: sobreviver. Mais tarde, a preocupação era o sustento da família. “Para mim, os tempos melhoraram. Hoje temos mais facilidade para comprar as coisas, tenho o meu carrinho para andar com a minha esposa. Um móvel que a gente quer comprar, a gente compra. E para quem é idoso ainda existe a meia passagem para viajar. Eu só pude comprar a sanfona bem depois, naquela época o dinheiro só dava para comer”, disse.

Texto: Oziella Inocêncio
Fotos: Deibson Costa