Exposição “Jackson é pop”, do Museu de Arte Popular da Paraíba, é instalada no Congresso Nacional

Exposição “Jackson é pop”, do Museu de Arte Popular da Paraíba, é instalada no Congresso Nacional
9 de outubro de 2019

Inicialmente instalada no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), a exposição “Jackson é pop”, em homenagem ao centenário do “Rei do Ritmo”, ganhou sua versão itinerante e foi aberta, nesta terça-feira (8), no Congresso Nacional, em Brasília, no Distrito Federal. A exposição conta com 42 painéis, duas vitrines, tela para projeção de imagens e a edição de luxo de um catálogo contendo 52 páginas.

Todo esse material está instalado no Salão Negro, espaço localizado na entrada de honra do Congresso Nacional. O filme projetado sobre Jackson do Pandeiro na exposição tem direção do jornalista e coordenador de Comunicação da UEPB, Hipólito Lucena, e o catálogo foi produzido pelo designer gráfico Julio Cesar Gomes de Oliveira, do Núcleo de Criação da CODECOM.

A abertura da exposição contou com a presença de diversas autoridades do cenário político nacional, entre eles o deputado federal Aguinaldo Ribeiro e a senadora Daniella Ribeiro que, após conhecerem a exposição original, no museu da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), sugeriram levar um recorte do trabalho para ser exposto em Brasília. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia; o governador da Paraíba, João Azevedo; o deputado estadual Tovar Correia Lima; e o reitor da UEPB, professor Rangel Junior, também prestigiaram o primeiro dia da exposição.

Para o reitor Rangel Junior, ao abrigarem esta caravana de andarilhos paraibanos, os congressistas não estão apenas recebendo uma breve configuração expositiva em torno da obra imortal do ilustre Jackson do Pandeiro. “A conversa é sobre ele, mas também é sobre nós. A simbologia em torno do artista ultrapassa seu refinamento técnico e deságua na remodelagem estética de uma identidade em crise. Mais que Jackson, estamos expondo ao conhecimento e discussão uma das sinérgicas facetas que dispõe o Brasil para seguir trilhando os caminhos de uma ‘nacionalidade’ orgânica, testada e aprovada em variadas épocas, forjada na cultura popular e absorvida pela alma brasileira”, disse.

Rangel destacou, ainda, que a musicalidade de Jackson tem deixado, no mínimo, duas certezas: a existência preciosa de um repertório de configuração planetária e a pouca atenção que se dá a tesouros como esses. “Nosso futuro é uma incógnita, mas a busca por cenários mais promissores é uma característica intrínseca ao brasileiro. Esta Casa tem as respostas políticas, mas é do povo que surge a pauta aglutinadora, ajustando elementos econômicos, sociais e culturais, definindo conceitos, tendências, desejos. A música deste país pode, sim, ser uma das alternativas fortes e rápidas para o delineamento de um novo ciclo civilizatório. As sonoridades nacionais, modeladas no passado e presente, são os melhores itens na pauta de exportação positiva, assumindo uma hegemonia internacional de perspectivas imensuráveis”, ressaltou o reitor.

Aguinaldo revelou que o intuito de levar a exposição a Brasília, além da admiração que possui pela obra de Jackson, foi também em reconhecimento à importância cultural que o artista representa não só para a Paraíba e o Nordeste, mas para todo o Brasil. “A vinda da exposição foi uma sugestão nossa para divulgar a vida e obra de Jackson do Pandeiro. Hoje é um dia muito feliz para nós, por podermos homenagear esse grande artista brasileiro, pois com esta exposição não estamos homenageando só Alagoa Grande, não só a Paraíba, mas todo o Brasil”, disse o parlamentar.

Daniella agradeceu a Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, presidente do Senado Federal, por terem aceitado a proposta, além de todos àqueles que contribuíram para que o acervo fosse até a Capital Federal. “A abertura da exposição foi linda, animada e cheia de ritmo, à altura do nosso ‘Rei do Ritmo’. Muito feliz em homenagear Jackson do Pandeiro, paraibano de Alagoa Grande, que firmou seu nome como um dos maiores ritmistas da história da música popular brasileira. Agradeço ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia por ter aceitado a nossa proposta. Também agradeço o apoio do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre. Igualmente, agradeço ao reitor da UEPB, Rangel Junior, e ao curador Ângelo Rafael. A exposição é um reconhecimento à importância cultural deste artista que representa tão bem o nosso Brasil”, comemorou.

“Jackson é pop” segue em cartaz no Congresso Nacional até o dia 8 de novembro. Um pouco antes, no dia 5 de novembro, quando se comemora o Dia da Cultura Brasileira, ocorrerão diversas celebrações tendo a exposição como âncora. De acordo com a direção do Centro Cultural da Câmara, o local que abriga a mostra é privilegiado, posto que mais de 1.600 visitantes transitam em suas dependências, apenas nos finais de semana.

O pró-reitor adjunto de Cultura da UEPB, Chico Pereira, destacou que a exposição replica o material da exposição instalada no MAPP, a exemplo da Linha do Tempo, que aponta os marcos na história de Zé Jack, e da seção Biografia, bem como das fotos e manuscritos. Efetivaram-se, inclusive, réplicas dos instrumentos, das impressões e da iluminação. Ele acrescentou que os estados de Pernambuco e Amazonas já manifestaram interesse em “Jackson é Pop” e a perspectiva é de ser iniciado um período de itinerância dos acervos do MAPP, levando para outras paragens os saberes, tradições e, principalmente, os aspectos inerentes à cultura brasileira.

Texto: Tatiana Brandão e Oziella Inocêncio (Com assessorias do deputado Aguinaldo Ribeiro e da senadora Daniella Ribeiro)
Fotos: Hipólito Lucena