Inovatec UEPB solicita patente de corante com potencial antioxidante a base de jambolão

22 de maio de 2020

A Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (Inovatec) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) solicitou, junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), o pedido de patente de corante alimentício com potencial antioxidante a base de jambolão, sob o número BR 10 2020 010211 7. O corante foi desenvolvido pelos pesquisadores Flávia Carolina Alonso Buriti, Júlia Maria Orleans da Silva, Gabriel Monteiro da Silva, Geovana Guedes Silvestre, Eliane Rolim Florentino e Harley da Silva Alves.

O produto é resultado da colaboração do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Alimentos (NUPEA) com o Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF) da UEPB, envolvendo também a participação de bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/CNPq/UEPB) e recursos do Centro Integrado Multiusuário de Pesquisa e Análise de Água, Alimentos, Resíduos e Biodiversidade, financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq/PB) e pelo Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTcPB).

Os pesquisadores do NUPEA estudam o desenvolvimento de alimentos como meio de agregar valor de mercado em produtos regionais. Também realizam análise para controle de qualidade, necessário para os produtores obterem liberações legais de comercialização. No caso do jambolão, os pesquisadores descobriram que a fruta, conhecida como azeitona preta, é um potente corante roxo natural, inicialmente usado por estes pesquisadores para alimentos lácteos.

A professora Flávia Carolina observou, em entrevista ao Jornal A União, no ano passado, que os pesquisadores do NUPEA e do PPGCF encontraram, no jambolão, propriedades nutricionais excelentes, com grande concentração de compostos fenólicos antioxidantes. “O corante é muito bom e fica estável mesmo depois da pasteurização, da adição a produtos lácteos, e é resistente à refrigeração. Um resultado muito parecido com o que é verificado para a uva”, disse.

Os pesquisadores concluíram que o corante é bastante solúvel em água e leite, podendo ser misturado com produtos lácteos e outras formulações alimentícias e bebidas para conferir cor e agregar polifenóis. Estas substâncias são compostos antioxidantes, capazes de remover os radicais livres, que é um dos responsáveis pelo envelhecimento celular e doenças. O próximo passo da pesquisa será descobrir quais os elementos que garantem essa estabilidade do corante.

A Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (Inovatec) vem trabalhando junto aos pesquisadores da Instituição no sentido de desenvolver a cultura da proteção das tecnologias desenvolvidas na UEPB, o que vai contribuir para a valorização do produto final. Os pesquisadores interessados em informações sobre registro de tecnologias podem manter contato com o setor pelo e-mail inovatecuepb@uepb.edu.br.

Texto: Severino Lopes